A entrevista recente com Zeferino, após a viralização de um vídeo sobre sua charrete há 40 anos, revela muito sobre sua vida atual aos 74 anos e sobre a Gleba 8. A figura de Zeferino Ezequiel da Rocha, transportando algodão em sua charrete durante as décadas de 1980 e 1990, evoca uma forte nostalgia e representa um capítulo significativo na história dos Brasiguaios no Paraguai. Esta comunidade, composta principalmente por migrantes brasileiros em busca de novas oportunidades nas terras férteis do país vizinho, exemplifica uma rica interseção entre culturas, trabalho e resistência.

Os Brasiguaios surgiram a partir de um intenso movimento migratório na década de 1970. Muitos brasileiros, atraídos pela promessa de terras produtivas e melhores condições de vida, estabeleceram-se no Paraguai, contribuindo para o desenvolvimento agrícola da região. Essa migração não se limitou à busca por prosperidade; foi também uma forma de escapar de contextos sociais e econômicos adversos no Brasil.

Nesse contexto, a charrete de Zeferino simboliza trabalho e perseverança, refletindo a rotina de muitos que, assim como ele, dedicaram suas vidas à agricultura. O transporte de algodão, um dos principais produtos da economia paraguaia, destaca a importância do trabalho manual e dos pequenos negócios da época. Essa realidade nos transporta para um tempo em que a vida comunitária era marcada por relações de proximidade e solidariedade entre os trabalhadores rurais.

Apesar de sua simplicidade, a charrete carrega um significado profundo, representando a luta e a resiliência daqueles que construíram suas vidas em busca de um futuro melhor.

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Foto enviada por:

Zeferino Ezequiel da Rocha
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Guardião

31/07/2025 às 01:41